O REI DA
GLÓRIA
“Levantai, ó portas, as
vossas cabeças; levantai-vos, ó portais eternos, para que entre o Rei da
Glória... Dizei à filha de Sião: Eis aí te vem o teu Rei, humilde, montado em
um jumento, num jumentinho, cria de animal de carga”. (Salmo 24:7, Mateus
21:5).
Sempre
que a palavra “glória” é mencionada o que vem a memória como associação é algo
esplendoroso, cheio de “glamour”, de extrema imponência e poder. Na Bíblia
existem muitas menções feitas a “Glória de Deus” e também de Jesus, sentado a
direita do trono de Deus, coroado de “Glória e Honra”.
Se
observarmos atentamente em nosso dia-a-dia estamos sempre buscando alcançar a
glória nos objetivos de nossas vidas. Mas, o que é a “gloria” aos olhos dAquele
que foi coroado por ela, diante Deus e de sua encarnação terrena? Creio ser um
conceito bem diferente do que habitualmente pensamos.
Enquanto
a grande maioria deseja para seus filhos que eles venham a nascer em um “berço
de ouro”; Deus preferiu que o seu único filho nascesse num estábulo e dentro de
uma manjedoura fosse acolhido. Muitos gastam tudo o que tem para que seus
filhos tenham boas casas e carros no maior e melhor conforto possível. Mas Deus
preferiu que seu filho andasse a pé, ou de carona e não tivesse sequer onde
reclinar a cabeça. Enquanto o nosso desejo é que nossos filhos vivam
eternamente, Deus preferiu que seu precioso filho morresse jovem e vítima de
uma injusta condenação.
O que
podemos dizer dos métodos de criação de Deus para com seu filho? Aparentemente
poderíamos dizer que sendo Ele dono de tudo o que há, foi extremamente avarento
e cruel com seu Unigênito. Porém, é necessário que levemos em consideração a
seguinte óptica de análise: de que adianta toda a beleza e pompa extrínseca de
se ter nascido em um “berço de ouro”, quando o mais íntimo do coração é um
estábulo de manjedoura vazia? Qual a utilidade de travesseiros macios e lençóis
de cetim se o reclinar da cabeça traz apenas insônia e pesadelos de uma vida
sem norte? Para que se viver eternamente quando o único sentido da vida talvez
seja morrer em prol daquilo que acreditamos?
Atentemos
então, para a simplicidade de algo tão grandioso. Para Deus, o que realmente
importa é o conteúdo e não a forma, a glória consiste na genuinidade das
coisas. Pois, ao entendermos isso é que conseguimos deixar que aconteça o
indispensável para nossa salvação no sentido mais amplo da palavra: o
nascimento da Verdade ou o clarear de nossos olhos para enxergamos realmente o
mundo como ele é. A verdade quando concebida no âmago do estábulo do nosso ser
e colocado na manjedoura de nossa percepção, faz com que vivamos felizes nas
mais adversas situações e tenhamos o sono dos justos mesmo que os travesseiros
sejam de pedras. Nos dispõe a entregar a vida tranqüilamente pela única causa
que realmente importa, o amor.
As
vezes queremos ver a Glória de Deus entrar em nossas vidas pelos portais de
bronze de conquistas faraônicas. No entanto, Deus quer entrar em nossas vidas
montado num jumento nos trazendo a real felicidade. Olhamos para o céu e esperamos
que ele se abra para que desça um milagre e nos esquecemos que já é um milagre
abrirmos os olhos e contemplarmos a multiplicidade da vida que nos cerca.
Márcio
Cristóvão
“EU”...
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