MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS
Lembro-me que no primeiro
semestre da faculdade de Administração que fiz em 2004, estudei na disciplina
de Contabilidade aquilo que chamamos de Método das Partidas Dobradas. Este
consiste no seguinte: “para cada débito efetuado é necessário haver um crédito
equivalente. E para cada credito efetuado é necessário haver um débito
equivalente”. Nesse mesmo ano, ingressei no serviço bancário, onde ao começar a
trabalhar na função de caixa, percebi a importância desse método para meu
serviço diário. Afinal, no caixa, aquilo que de alguma forma entra tem que sair
e o que sai precisa entrar, para que não ocorram incomodas diferenças.
Porém,
foi nesta manhã, que, ao ler o capítulo cinco do livro de Romanos é que percebi
que isso que aprendi no espaço acadêmico e no trabalho é muito mais do que um
simples “método”. No verso doze deste capítulo diz: “Portanto, assim como por
um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a
morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”. Logo adiante no verso
quinze diz: “Todavia, não é assim o Dom gratuito como a ofensa; porque, se pela
ofensa de um só morreram muitos, muitos
mais a graça e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foram abundantes
sobre muitos”. O que observei nesses dois versículos é que o método da
contabilidade, ao meu ver( e acredito que é Deus quem assim me mostra), é a
segunda lei que rege a existente realidade deste Universo que acreditamos
viver: Para cada ato, pensamento,
sentimento e demais coisas e acontecimentos, existe uma equivalência oposta
(a primeira lei acredito eu ser a que diz que “aquilo que se planta é o que se
colhe”). Se atentarmos para esses versos, veremos sucessivamente uma
referencia feita a Adão, autor da decadência da raça humana, e a Jesus Cristo,
redentor dos pecados da humanidade. Temos aí o “débito” e o “credito” no
“caixa” de Deus.
Não
poucas vezes ficamos frustrados, como o poeta Augusto dos Anjos, que diz em um
de seus mais conhecidos versos: “a mão que te afaga é a mesma que te apedreja”.
E assim ficamos por presenciarmos fatos onde o bem é pago com o mal. Como pais
que dão tudo para os filhos e depois, como cansamos de ver em noticiários, por
eles são assassinados. Diversas outras vezes também ficamos maravilhados ao
assistirmos o mal sendo pago com o bem. Aí está um exemplo difícil de se achar,
pois o mundo parece viver falido em seus “débitos”. Mas ainda sim existem
exemplos a serem citados. E para não ir muito longe, posso falar acerca de
minha amada mãe, que, mesmo após ouvir coisas não agradáveis ditas por mim em
meus momentos de vilão, me presenteia com lindas flores, doces e salgados e
ainda diz : eu te amo meu filho!
Não
é de admirar que pensemos se tais contrastes fazem realmente sentido. Não vemos
que Deus equilibra suas equações para evitar eventuais “diferenças” em seu
“caixa” por assim dizer. Pois, como nos deleitaríamos na satisfação de fazer o
bem sem conhecer o desprazer do mal? Como sobreviveríamos aos momentos de total
desolação que ocorrem nos mais diversos sentidos de nossas vidas, se não
soubéssemos que mesmo a custa de muita perseverança, as coisas sempre podem
melhorar?
Quando
nos negamos a ver a verdade que muitas vezes nos salta aos olhos nas lições da
vida, quando em meio a tantos “débitos” e “créditos” do existir, não debitamos
velhos defeitos e creditamos novas virtudes, fazemos com que o “caixa” de Deus
seja acometido de uma “ativa diferença”.
E o que é pior, o débito de nossa ignorância acaba sendo sanado pelo
crédito de uma amarga morte em todos os aspectos de nossa pensante existência.
Portanto, “em tudo daí graças” (1 Ts 5:18), porque nada acontece por acaso.
Pois, “o acaso é maneira que Deus tem de fazer anonimamente seus milagres”.
Márcio
Cristóvão
“EU”...
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