quarta-feira, 5 de setembro de 2012


MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS




Lembro-me que no primeiro semestre da faculdade de Administração que fiz em 2004, estudei na disciplina de Contabilidade aquilo que chamamos de Método das Partidas Dobradas. Este consiste no seguinte: “para cada débito efetuado é necessário haver um crédito equivalente. E para cada credito efetuado é necessário haver um débito equivalente”. Nesse mesmo ano, ingressei no serviço bancário, onde ao começar a trabalhar na função de caixa, percebi a importância desse método para meu serviço diário. Afinal, no caixa, aquilo que de alguma forma entra tem que sair e o que sai precisa entrar, para que não ocorram incomodas diferenças.
         Porém, foi nesta manhã, que, ao ler o capítulo cinco do livro de Romanos é que percebi que isso que aprendi no espaço acadêmico e no trabalho é muito mais do que um simples “método”. No verso doze deste capítulo diz: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”. Logo adiante no verso quinze diz: “Todavia, não é assim o Dom gratuito como a ofensa; porque, se pela ofensa de um só morreram muitos,  muitos mais a graça e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foram abundantes sobre muitos”. O que observei nesses dois versículos é que o método da contabilidade, ao meu ver( e acredito que é Deus quem assim me mostra), é a segunda lei que rege a existente realidade deste Universo que acreditamos viver: Para cada ato, pensamento, sentimento e demais coisas e acontecimentos, existe uma equivalência oposta (a primeira lei acredito eu ser a que diz que “aquilo que se planta é o que se colhe”). Se atentarmos para esses versos, veremos sucessivamente uma referencia feita a Adão, autor da decadência da raça humana, e a Jesus Cristo, redentor dos pecados da humanidade. Temos aí o “débito” e o “credito” no “caixa” de Deus.
         Não poucas vezes ficamos frustrados, como o poeta Augusto dos Anjos, que diz em um de seus mais conhecidos versos: “a mão que te afaga é a mesma que te apedreja”. E assim ficamos por presenciarmos fatos onde o bem é pago com o mal. Como pais que dão tudo para os filhos e depois, como cansamos de ver em noticiários, por eles são assassinados. Diversas outras vezes também ficamos maravilhados ao assistirmos o mal sendo pago com o bem. Aí está um exemplo difícil de se achar, pois o mundo parece viver falido em seus “débitos”. Mas ainda sim existem exemplos a serem citados. E para não ir muito longe, posso falar acerca de minha amada mãe, que, mesmo após ouvir coisas não agradáveis ditas por mim em meus momentos de vilão, me presenteia com lindas flores, doces e salgados e ainda diz : eu te amo meu filho!
         Não é de admirar que pensemos se tais contrastes fazem realmente sentido. Não vemos que Deus equilibra suas equações para evitar eventuais “diferenças” em seu “caixa” por assim dizer. Pois, como nos deleitaríamos na satisfação de fazer o bem sem conhecer o desprazer do mal? Como sobreviveríamos aos momentos de total desolação que ocorrem nos mais diversos sentidos de nossas vidas, se não soubéssemos que mesmo a custa de muita perseverança, as coisas sempre podem melhorar?
         Quando nos negamos a ver a verdade que muitas vezes nos salta aos olhos nas lições da vida, quando em meio a tantos “débitos” e “créditos” do existir, não debitamos velhos defeitos e creditamos novas virtudes, fazemos com que o “caixa” de Deus seja acometido de uma “ativa diferença”.  E o que é pior, o débito de nossa ignorância acaba sendo sanado pelo crédito de uma amarga morte em todos os aspectos de nossa pensante existência. Portanto, “em tudo daí graças” (1 Ts 5:18), porque nada acontece por acaso. Pois, “o acaso é maneira que Deus tem de fazer anonimamente seus milagres”.




Márcio Cristóvão
“EU”...

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